Tratar assuntos complexos e que demandam conhecimentos específicos tais como: científicos, psicológicos, socioeconômicos, socioculturais, teológicos etc., através do senso comum, tem se tornando o cúmulo da incoerência. 

A facilidade que a internet trouxe a cada um de expor a sua forma de pensar criou um batalhão de “doutores da lei”, que pela sua interpretação pessoal, criam a sua própria lei moral, vestem a toga, e executam o réu, tudo em nome da liberdade expressão, que é transvertida na frase: "eu falo o que eu quero". 

E eu, é claro, não me furtaria desse direito,( a propósito, direito e ética são duas coisas totalmente distintas, por exemplo: posso ter o direito de dizer algo que desagrade alguém, mas talvez, isso não seja ético) pois bem, por isso escrevo, e quem lê, talvez até não concorde, mas quem sabe possa enxergar algumas questões por um novo horizonte.

Admiro muito um versículo da Bíblia, que diz: “Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.”(Mt 5:48), e o interessante é, que quando Jesus, neste verso, fala em perfeição ele está se referindo a cumprir o propósito pelo qual fomos chamados.

Sendo assim, é preciso rever alguns conceitos, repensar algumas atitudes, e colocar na balança algumas palavras. É necessário a cada dia fazer uma pergunta a si mesmo: para qual propósito eu fui chamado? Ou ainda: qual o fruto está sendo gerado na sociedade ou na comunidade onde vivo, através das minhas atitudes?

Estamos pensando muito pequeno; cada um de nós tem um papel relevante na sociedade que vai muito além de ir para as redes sociais polemizar, criar inimizades, discutir assuntos sem conhecimento de causa-- diga-se de passagem: isso é vergonhoso--, e ainda, sem conhecer o contexto em que a pessoa ou grupo social julgado vive, contexto no qual, talvez, nunca movemos uma palha para transforma-lo, se for este o caso.

A facilidade de sentar atrás de um teclado de computador, e perante a tela de um smartphone, tem transformado o mais simples homem e também o entendido, em um soldado de guerra em prol da sua própria razão, que milita veementemente em favor de algo que nunca sentiu na pele, nem presenciou e que nunca teve algum parente ou alguém próximo que passou por tal situação.

Não tem empatia, não tem amor, criam discussões intermináveis que não sabemos ao final quem ganhou nessa discussão, se foi o que usava palavras mais rebuscadas, se o mais mau educado, ou se aquele que tinha mais tempo ocioso para debater, e naquele momento esquece-se do seu chamado e não lembra que centenas ou milhares de pessoas que o tem como espelho, estão a se decepcionar, porque se identificavam com o seu chamado.

Sabiamente disse o Apostolo Paulo: “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. (2 Tm. 2:4), mas a velocidade com que as informações são disseminadas na atualidade tem feito muitos se embaraçarem e fazer embaraçar a mente daqueles que os tem como norteadores.

Dito isto, esperamos que o nosso norte, Jesus Cristo, nos guie em toda sabedoria e verdade, e que não tenhamos medo de defender o que acreditamos, mas porém, com toda a sabedoria e temor, no lugar certo, na hora certa, com amor e mansidão, assim como dizia o Apostolo do Senhor: “antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1 Pedro 3:15)

Que dessa forma possamos agradar aquele que nos chamou.




Autor: Carlos José
























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